Uma pergunta comum, qual o tempo para curar o câncer? Caro leitor, hoje venho mostrar dados alarmantes sobre o caminho íngreme rumo ao tratamento do câncer de cabeça e pescoço. São pacientes com tumores em lábios, boca, faringe, laringe, cavidade nasal e outros mais.
1. O estudo em questão revelou que o paciente leva em média 10 meses desde o início dos sintomas até a primeira consulta médica.
2. Depois disso, leva em média um mês para a primeira consulta com o oncologista.
3. Em seguida, mais um mês é necessário para estabelecer o diagnóstico e estadiamento do tumor (resultado da biópsia, exames de imagem etc).
4. Com o diagnóstico pronto, levam em média mais três meses para o início do tratamento.
Estamos falando de 15 meses desde o início dos sintomas até o início do tratamento!
E quem está no dia a dia com esses pacientes sabe que esse tempo pode ser ainda maior.
A imagem simples acima é só para exemplificar. O paciente começa relativamente bem a escalada, mas até chegar ao topo (no tratamento), já está com uma condição clínica ruim, emagrecido, consumido e com um tumor avançado. O câncer cresce, se espalha em metástases e o prognóstico só piora.
O tempo para curar o câncer…
Todo tipo de câncer, sem exceção, tem maior chance de cura nos estágios iniciais. Estamos perdendo esse “timing”.
A conclusão é óbvia, precisamos diminuir o esforço dessa escalada. Pacientes precisam de informação para reconhecer os sintomas iniciais do câncer. Precisamos de agilidade no diagnóstico. Precisamos ser mais rápidos no início do tratamento.
Agora quero saber a sua opinião.
Vamos otimizar o tempo para curar o câncer… Como podemos mudar essa realidade? Falta investimento na saúde? O orçamento é desviado? Faltam políticas públicas preventivas ou de conscientização? Faltam centros oncológicos? A condição social precária é a que mais contribui para esse atraso? Deveríamos ter mais estratégias para rastreio?
Referência
- Felippu AWD, Freire EC, De Arruda Silva R, Guimarães AV, Dedivitis RA. Impact of delay in the diagnosis and treatment of head and neck cancer. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2016.
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